Almas ao Entardecer

Até que enfim! O sol italiano, as palavras ditas alto e bom som, uma certa confusão, outra paisagem, outros monumentos… Lydia e Gannett, noivos, um tanto desorientados. Agora, então, a sós! Era como ela previra: ele tinha tanto medo de falar como ela. Um dos infortúnios da situação deles era nunca estarem suficientemente ocupados para ser necessário, ou para se justificar sequer, o adiamento de discussões desagradáveis. Se evitavam uma questão era, obviamente, porque a questão era manifestamente desagradável. Por vezes, Lydia pressentia que haveria de chegar um dia em que nada teriam a dizer um ao outro. Apetecia-lhe atirar a Gannett palavras de um só fôlego… A questão era só uma: ou aquela viagem os despertava ou então ambos mais não eram do que almas a entardecer. Seria, na verdade, que iriam “anoitecer” mutuamente, nada mais lhes restando que a viagem de regresso…?