A Sensibilidade Apocalíptica – Estudos Sobre a Teoria da Ficção

«Uma defesa, impressionantemente erudita, eloquente e brilhante,
de uma visão não cismática do tempo humano.»

Leo Bersani, THE NEW YORK TIMES

Esta expressiva análise do relaciona­mento entre ficção e antiquíssimas concepções de caos e crise, introduz critérios, muito condensados, que auxiliam o entendimento de alguns dos mais persis­tentes enigmas filosóficos e estéticos. Kermode atravessa as obras dos escritores, de Platão a Sorokin, de Homero a Robbe-Grillet, de Santo Agostinho a William Burroughs, demons­trando como os homens vêm, persistentemente, sobrepondo as suas “ficções” ao rosto da eternidade, e como estas têm vindo a reflectir o espírito apocalíptico.
Em primeiro lugar, o Professor Kermode esboça a sua posição teórica. De seguida, passa a analisar a literatura no tempo em que novas explicações imagi­nárias, como as formuladas por Spencer e Shakespeare, começavam a ser ideadas para se ajustarem a um mundo de princípio e fim indefinidos. Na segunda metade do livro, trata claramente com a literatura moderna – com “tradicionalistas” como Yeats, Eliot e Joyce, e igualmente com “cismáticos” contemporâneos, os “novos romancistas” Franceses, e figuras seminais análogas, como Jean-Paul Sartre e Samuel Beckett. Quer pesando as diferenças entre os modos do pensamento apocalíptico moderno e primitivo, tecendo considerações sobre a degenerescência da ficção em mito, ou comentando sobre a tendência para o Absurdo, Kermode é, de forma distinta, lúcido, persuasivo, espirituoso e pródigo em ideias.