O Homem Que Quis Ser Rei

Contador de histórias (para além de outras modalidades literárias em que se salientou), Rudyard Kipling, nome alto das letras britânicas, é daqueles escritores que, com exímia mestria, se notabilizaram na novela curta, na breve narrativa, no conto sucinto, escritos que, muitos anos depois, dariam origem, por parte dos norte-americanos, à short-story.
Em O Homem Que Quis Ser Rei, Kipling relata a aventura de dois ex-soldados ingleses por terras da Índia britânica até ao Kafiristan, um território remoto do Afeganistão, onde acabarão por se tornar reis. A história reveste-se daquela sabedoria de contar muito própria do autor que, a partir de um simples caso (embora com o seu pitoresco, a paisagem, os costumes, etc.), nos prende da primeira à última linha. Para além do ambiente indiano do final do século XIX, impõe-se também nesta novela o sentido trágico da vida, exposto através de um caso de ambição que, no fim de tudo, se engrandece pelos cambiantes da situação.