O Romance de a Menina dos Pés Azuis

“Porque será que gostamos de histórias, de contos de ‘era uma vez… que fizeram, andaram, passaram… e foram muito felizes?’ Estamos à espera da nossa vez? Ou é a criança que há em nós que grita ‘é desta vez que hei-de atravessar castelos, florestas, dragões, fadas e sapos e meninas pobres que são princesas e ainda trazem o céu agarrado aos pés… e com eles ser feliz para sempre!’ É um desejo ou um destino acabar bem? Nós precisamos de organizar em história os nossos fantasmas. E acaba bem quem se decide a levar o bem ao fim. Hoje, a muitos parece mais realista que as histórias sejam feias, que a sua violência nos acorde, que acabem mal. Mas assim perde a magia… e a fantasia mascarada de realismo é um ogre que se come a si mesmo. (…) Os contos de fadas fazem a criança adivinhar o futuro. São previsíveis, devem ter o fim que elas desejam. Moral da história: são as meninas pobres de pés azuis que fazem cair os gigantes ricos de pés de barro. No fim é a menina que salva o gigante.” – Vasco Magalhães