A Ilusão Amorosa na Ficção de José Régio

Estudo de alguns textos narrativos de José Régio cujo topos é a ilusão amorosa. A temática da decepção no amor poderá não ser muito evidente, à primeira vista, na novelística regiana mas é significativa de uma mudança drástica na produção literária do autor. Régio surge na cena literária nacional, por volta de finais da década de vinte, como um autor. No entanto, o modernismo como código literário começa a desvanecer-se por volta de finais da década de trinta. Em Portugal, uma nova atitude mais combativa desenha-se a partir dos acontecimentos da guerra civil de Espanha em 1936. Esta nova geração artística e literária, a neo-realista, contesta vivamente os autores presencistas e, em especial, Régio. Provavelmente de um modo involuntário, a novelística regiana dos anos de quarenta vai-se modificando e evolui no sentido realista. Mas o modelo de mundo, subjacente aos textos narrativos de Régio, não tem nada em comum com o pressuposto na ficção neo-realista. O realismo da ficção de José Régio é “subjectivo”.