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O Declínio da Mentira

O Declínio da Mentira, sendo um texto que vale por si próprio, inscreve-se numa longa tradição do pensamento ocidental, ou seja, a da permanente tensão entre a arte e a vida. Em si mesma esta contradição é irresolúvel, mas sempre que surge é de uma forma dramática. Basta pensar na acusação radical que Platão endereçou aos poetas, e a sua sentença sumária de que deveriam ser expulsos da Cidade. Na modernidade é com Nietzsche que se dá a inversão de tendência, passando a arte – a ficção – a mais verdadeira que a «verdade» porque sabe que trabalha com mentiras, enquanto os que defendem a verdade não o sabem. Oscar Wilde é eminentemente moderno neste texto, e a sua ironia profunda realiza todo o programa do romantismo, sumariado na famosa definição de Yeats: «A verdade é beleza, a beleza é verdade». Esta identidade é, porém, sempre precária e, de certo modo, o esteticismo de Wilde é o melhor sinal dessa precaridade, pois a vida não sofre lições da arte, embora seja a arte que a «salva» na sua melhor forma. Entre a afirmação de Wilde de que «a derradeira revelação é que a mentira, o acto de contar belas coisas não verdadeiras, é o propósito exclusivo da arte» e o paradoxo de Pessoa para quem «o poeta é um fingidor,/que chega a fingir que é dor/a dor que deveras sente», surge uma superação do esteticismo, que deixa entrever o sofrimento como a verdade da arte, e não o belo. O Declínio da Mentira, de Oscar Wilde, é um ponto de passagem essencial para pensar esta questão.

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ISBN: 978-989-750-024-4 Categorias: ,

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Descrição

Reedição de um dos mais famosos ensaios de Oscar Wilde.

Informação adicional

Dimensões (C x L x A)11 × 19 cm
Páginas

72

Autor

Colecção

Editora

Idioma

Tipo de produto

Livros

Encadernação

Capa mole

Ano de edição

2023

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