Maria Rosa Colaço
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Maria Rosa Colaço nasceu em Torrão, Baixo Alentejo, onde tem uma rua com o seu nome, em 1945. Por “não ter um pai vivo com quem passear, brincar e descobrir os dias” a sua infância não foi tão feliz como poderia ser. Não abdicou, contudo, de ser criança e para preencher esse vazio inventou um truque: começou a escrever histórias “em que tudo o que é possível mas também o que é impossível pode acontecer”. Já adulta, começou a estudar enfermagem, mas foi para as letras e o ensino que, pouco depois, se virou definitivamente. Colaborando com jornais cedo se tornou conhecida pelas muitas crónicas sobre temas do quotidiano que para eles escreveu ao longo de 20 anos. Após ter frequentado a escola do Magistério de Évora tornou-se professora do ensino primário, função que exerceu sempre com o maior empenho e brio profissional. Para além da literatura para crianças e adultos desenvolveu também uma relevante acção pedagógica defendendo a importância da leitura no desenvolvimento e educação da criança. A Criança e a Vida, trabalho ímpar, em que pôs as crianças a dizerem coisas tão espantosamente poéticas como “o amor é um pássaro azul no alto da madrugada”, traduzido em vários países e com muitas dezenas de edições, é disso o exemplo mais significativo. Na qualidade de pedagoga foi nomeada assessora da RTP e aí se responsabilizou, durante 12 anos, por vários programas para crianças. Ao longo de 40 anos de intensa actividade literária foi distinguida com vários galardões dos quais se destacam o Prémio Soeiro Pereira Gomes, atribuído pelo livro Gaivota, o Prémio Revelação de Teatro, atribuído pela peça A Outra Margem e o Prémio Nacional Educação pele Arte, atribuído pelo livro Pássaro Branco.
Das suas obras infanto-juvenis são ainda de salientar Espanta-Pardais (seu livro de estreia), incluído em várias selectas literárias para uso nas escolas e objecto de muitas representações teatrais, Os Amigos Voltam Sempre, Sofia e o Caracol e Aventuras de João-Flor e Joana-Amor, todos estes publicados pela Vega.
Falecida em Outubro de 2004, Maria Rosa Colaço, ou simplesmente Maria Rosa, como ela tanto gostava que lhe chamassem, deixou-nos uma vasta obra em que se fundem inteligentemente o real e o maravilhoso e em que, não obstante um olhar consciente das durezas da vida, persiste uma profunda alegria de viver. Por isso a sua morte foi apenas física e o seu nome perdurará por todo o sempre na memória de todas as crianças e adultos que a souberem ler e apreciar. Tendo presente, como ela diz no Espanta-Pardais, que “Nunca morremos. E todos os dias somos outra coisa diferente porque todos os dias sonhamos”.