Iracema – Lenda do Ceará

Sobre o livro
Iracema é sem dúvida a obra-prima de José de Alencar, o mais talentoso e renomado vulto da ficção romântica brasileira. (…) Definida pelo autor como «lenda ou mito da terra selvagem», recria poeticamente os primeiros passos da conquista portuguesa, ao contar a história da paixão despertada, na virgem ameríndia cujo nome dá título à obra, por Martim, um guerreiro português que chegara perdido às terras da sua tribo. A união amorosa dos dois será fatal para Iracema, mas deixará como fruto uma criança — Moacir — em quem pela primeira vez se misturam naquele espaço os sangues da raça autóctone e do povo invasor. O argumento histórico do romance — as invasões francesas e a fundação por Martim Soares Moreno do primeiro núcleo de povoamento português no Ceará, no início do século XVII — é apenas a tela sobre a qual Alencar forja uma «lenda» que a crítica tem aplaudido como a mais bela criação ficcional do indianismo brasileiro do século XIX. (Do Prefácio de Vânia P. Chaves)
 
 
Sobre a autor
José Martiniano de Alencar (1829-1877) nasceu em Mecejana, no Estado do Cea-rá, Brasil. Teve por pais o Senador José Martiniano de Alencar e Ana Josefina de Alencar. Aos 9 anos é levado pela família para o Rio de Janeiro, numa viagem acidentada através do sertão nordestino que lhe deixará indeléveis recordações. Mais tarde muda-se para São Paulo para cursar Direito. Conclui os estudos em Pernambuco e aprofunda os conhecimentos de his-tória colonial e de literatura ao mesmo tempo que revisita a terra natal, “o seu Ceará”, motivo de encantamento e emoções que marcará a sua obra literária mais importante. Após uma incursão na poesia que lhe granjeia efusivos aplausos, publica, em 1857, o romance O Guarani que lhe traz maiores louvores e é adaptado ao teatro com grande êxito. Incentivado por ele, escreve várias peças que encontram igual acolhimento. Mas é em 1865, com a publicação de Iracema – Lenda do Ceará, que vê consagrado o seu talento de grande romancista a nível universal. Defensor de grandes causas, Alencar distinguiu-se também como político, enquanto deputado e Ministro da Justiça.